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Meus outros cantinhos

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quinta-feira, junho 12, 2014

Discurso feito por mim para a aula da saudade.


A palavra saudade tem muitos significados no dicionário, mas tem muito mais significados diferentes na vida de qualquer um.
Há 3 anos e meio atrás, nossos sonhos se encontraram dentro de uma sala de aula de um núcleo quase esquecido. Contudo, nos acostumamos com a escuridão de um pátio amplo, com a falta de uma xerox, com a falta de uma cantina. Mas quer saber? Não teve problema, pois ganhamos no nosso dia-a-dia "paixão". "Ô Paixão, tem água?", "Paixão, me vende uma pipoca.", "Ô Paixão, posso comprar hoje e te pagar amanhã?"
Muitas disciplinas, muitos professores passaram por nós e deixaram um pouco dos seus ensinamentos em nosso aprendizado. Alguns nós descartamos, é verdade! Mas o aprendizado foi dado e valeu sua carga horária. Começamos com todo gás, com suas timidez e seus entrosamentos. A cada "Boa noite!" ou "Com licença!" dado na porta, víamos um rosto com sonho. O sonho (ou não, hein?!) da Pedagogia.
E falando de rosto, quantos rostos nos deram o ar de sua graça! Alguns foram passageiros, outros permaneceram, outros chegaram. Assistindo o vídeo, a nossa linha do tempo, percebemos o quanto mudamos. Alguns engordaram, outros emagreceram, mas teve aqueles que a gente olha e diz: "A fulana é a mesma cara". E quantas, quantas coisas nós passamos? Discussões, alegrias, gargalhadas, estresses e tudo o mais. Foram muitas coisas pessoal!
Muitos trabalhos, muitos seminários, muitos micos. Sim! Quem disse que aluno e professor também não pagam micos?! Entrar na sala de babador, fralda descartável e engatinhando para ganhar uma nota, mas eu confesso, a nota eu não lembro mais, o semestre da disciplina... piorou! Apagou da minha memória. Mas eu me lembro das gargalhadas, dos flash's e das palhaçadas.
Algumas amizades foram construídas, os grupos foram formadas e vincadas, mas todos os grupos foram transformados. Nenhum é mais "O" primeiro grupo, pode ter um, dois ou três, mas tem sempre um intruso ou menos um integrante.
Ouvi de muitas, ou apenas algumas, "Graças a Deus! Eu não vou sentir saudade dessa turma. Só tinha discussão, brigas. Todo mundo é complicado, a sala é complicada...", mas vai sentir saudades sim! No fundo um dia vai. Quando estiver em sala de aula exercendo o seu papel de pedagoga, vai ouvir um aluno, aquele lá do fundão, levantar o dedo e dizer:
- "Ô prô posso tirar uma dúvida?"
-"Negrada, é o seguinte, vamos todo mundo embora..."
-"É em dupla?"
-"É pesquisado?"
-"Vai ter intervalo ou vai direto?"
-"Vai ter seminário?"
-"Tenho direito a quantas faltas?"
-"Luana, trouxe o rivotril?"
Tudo bem, algumas frases nem ouviremos, ou pelo menos não dessa maneira. Mas quando ouvirmos, iremos lembrar que mesmo na faculdade também dissemos isto. Não é mesmo, minha jóia?!
A verdade é que hoje acordamos dizendo "ACABOU!". Mas não acabou, está apenas iniciando, este é apenas o começo, o primeiro dia de uma nova etapa. A etapa mais esperada da nossa vida! Hoje realmente nós nos tornamos pedagogas, educadoras, exemplos. Muitas vezes seremos cobradas, os pais nem sempre irão com nossas caras e nossas metodologias. os alunos às vezes dirão que somos chatas, bruxas, porém sempre correrão ao nosso encontro, para nosso abraço e nos darão os sorrisos sinceros, não irão querer outras professoras, segurarão nossa mão e se sentirão amados e seguros.
Olhe bem pro lado, pro outro, pra frente, pra todos os rostos e veja no olhar de cada um algo que talvez, nesses 3 anos e meio, nunca vimos antes. Não sei se cada um já reparou bem na sala que estamos, mas não é somente a sala 21, nem a turma 172593, mas a sala da SUPERAÇÃO. E não tem palavra melhor para definirmos, pois apesar das dificuldades em sala que conhecemos tão bem, tivemos nossa dificuldade pessoal, mas estivemos aqui todos os dias.
E antes de passarmos por aquela porta, abrace com sinceridade e carinho, e não somente por educação, cada uma presente aqui, pois abraços são bons e é de graça, e será o melhor remédio pra nossa saudade, aquela que sentiremos mais lá na frente. E saia com o pé direito, pois vamos entrar no palco da vida, onde não devemos esperar uma platéia para que a gente possa cantar, danças, sonhar, atuar, sorrir antes das cortinas se fecharem.
E eu espero e desejo que cada uma continue a realizar seus sonhos e que ao cruzarmos no meio da rua, a gente olhe o relógio e veja que estamos correndo e que estamos atrasadas, mas que tomaremos a decisão de gastar um pouquinho do nosso tempo para sabermos como a outra está. E pra finalizar, espero um dia pavimentar uma calçada com nossos encontros sempre nostálgicos.
(Lyka'Bandeira - 11/06/2014)

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